SEMANA DA MODÉSTIA

Semana de 15 a 21 de abril.
“Há algo maior do que o orgulho, e mais nobre do que a vaidade, a modéstia; e algo mais raro que a modéstia é a simplicidade.”
Antoine de Rivarol
AMIGOS
O significado de modéstia é o ato de moderar os comportamentos humanos, porém nem sempre a pessoa que diz “modéstia à parte”, é realmente modesta.
Podemos ilustrar com uma fábula que tem como figura principal uma ave bizarra, diria a maior delas de asas rudimentares, com apenas dois dedos em cada pé, oriunda das zonas semidesérticas da Arábia e África: a avestruz.
“Reuniram-se diversos tipos de aves para um encontro recreativo, num determinado local da floresta. Entrementes, em conversa animada e fraterna, após encomiásticas (elogiosas) referências às aves-do-paraíso, aos canários, beija-flores, periquitos e papagaios, comentou-se sobre a beleza, a agilidade, a astúcia e a elegância do voo das águias. Dada a palavra à avestruz, partícipe também do encontro, disse ela:
— Jamais serei como uma águia!
As colegas ovíparas e emplumadas entreolharam-se, experimentando súbita admiração por aquele ato de modéstia. Porém, ela estragou o gesto, ao acrescentar:
— É. Eu não só voo perfeitamente como também posso caminhar e correr qual perfeita e exímia velocista!”
A modéstia não está em nossas palavras e sim em nossos atos, não basta, porém, salientar as nossas fraquezas ou a nossa falta de capacidade para ser reconhecido como modesto e sim, ser pobre de espírito, ou seja, ser simples e humilde de coração, sem nenhuma pretensão de superioridade.
Texto do Evangelho – ESE – Cap. XVII – item 8
SEJAMOS RICOS EM JESUS
Quem julga pelas aparências, quase sempre esbarra na areia móvel das transformações repentinas a lhe solaparem o edifício das errôneas conclusões.
Existem criaturas altamente tituladas nas convenções do mundo, que trazem consigo uma fonte viva da humildade no coração, enquanto que há mendigos, de rosto desfigurado, que carreiam no íntimo a névoa espessa do orgulho a empanar-lhes o entendimento.
Há ricos que são maravilhosamente pobres de avareza e encontramos pobres lamentavelmente ricos de sovinice.
Somos defrontados, em toda a parte, por grandes almas que se fazem humildes, a serviço do Senhor, na pessoa do próximo, e frequentemente, surpreendemos espíritos rasteiros envergando túnicas de vaidade e dominação.
Jesus louvando os “pobres de espírito”, não tecia encômios (elogios) à ignorância, à incultura, à insipiência ou à nulidade, e sim exaltava os corações simples que descobrem na vida, em qualquer ângulo da existência, um tesouro de bênçãos, com o qual é possível o enriquecimento efetivo da alma para as alegrias da elevação.
“Pobres de espírito”, na plataforma evangélica, significa tão somente “pobres de fatuidade (vaidade), de pretensos destaques intelectuais, de supostos cabedais (saberes) da inteligência.” É necessário nos acautelemos contra a interpretação exagerada do texto, em suas expressões literais, para penetrarmos o verdadeiro sentido da lição.
A pobreza e a pequenez não existem na obra divina.
Constituem apenas posições transitórias criadas por nós mesmos, na jornada evolutiva em que aprenderemos, pouco a pouco, sob o patrocínio da luta e da experiência, que tudo é grande no universo de Deus.
Todos os seres, todas as tarefas e todas as coisas são peças preciosas na estruturação da vida.
Onde estiveres, faze-te espontâneo para recolher a luz da compreensão.
Alijemos os farrapos dourados da ilusão, que nos obscurecem a alma, estabelecendo a necessária receptividade no coração, e entenderemos que todos somos infinitamente ricos de oportunidades de trabalhar e servir, de aprender e aperfeiçoar, infatigavelmente.

Do Livro: O Evangelho por Emmanuel – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus
De: Emmanuel
Psicografia de: Francisco Cândido Xavier