MÊS DO EXERCÍCIO DA CARIDADE
Amigos do Grupo
“Não nos esqueçamos de que há também uma caridade que devemos a nós mesmos, a fim de que a caridade que venhamos a praticar, à frente do mundo, não se reduza a mera atitude de superfície.”
Emmanuel
Quando falamos em caridade, sempre pensamos na caridade que devemos ao próximo, mas não podemos esquecer de que, assim como o amor, a caridade nasce primeiramente no íntimo do Ser que a pratica. Por isso, quando exercemos a caridade com o outro já a exercitamos na intimidade da alma.
Que esse exercício possa nos trazer a compreensão de que somos espíritos imortais, trilhando um caminho de constante aprendizado e crescimento, onde a cada dia encontramos desafios que nos estimulam ao desenvolvimento e ao progresso espiritual.
Praticar a caridade consigo mesmo começa antes de tudo, na tomada de consciência de si, compreendendo a responsabilidade que temos com os nossos atos, com os efeitos que eles nos trazem, e principalmente, com o nosso papel na busca incessante da elevação espiritual. É enxergar dentro de si as falhas, os orgulhos e a partir dessa análise oferecer a nós mesmos a ajuda necessária para superarmos e corrigirmos essas imperfeições.
Sejamos, então, caridosos conosco mesmo, aproveitando as lições que a vida nos oferece, buscando ver em cada situação, em cada acontecimento, uma aula, um ensinamento, porque é dessa maneira que estaremos tirando o melhor proveito da grande oportunidade que estamos vivenciando na presente encarnação.
Jesus nos disse:”Sois Deuses, podeis fazer o que eu faço e muito mais”, nos revelando o grande potencial divino que existe dentro de nós. Desenvolvamos essa potencialidade na pratica da caridade com o outro, mas também conosco mesmo, buscando incessantemente, sermos melhores hoje que no dia anterior e amanhã, que no dia de hoje.
Texto do Evangelho para a semana: capitulo XI – item-13″A Fé e a Caridade”
CARIDADE CONOSCO
À frente do companheiro que avança em tua companhia na senda redentora, não te refugies na indiferença. Ajuda-o com a tua palavra estimulante e estarás colocando a fraternidade no vaso da própria mente.
Se surpreendido pelo ataque dos maledicentes e dos ingratos, não te associes à revolta. Ampara-os com o esquecimento de todo mal e estarás cultivando a paciência no solo da própria alma.
Diante dos choques desferidos sobre o teu sentimento pelos maus, não te confies à desesperação. Fortalece-te para auxiliá-los, quando a oportunidade de cooperação amiga voltar novamente e estarás entronizando o verdadeiro amor no imo do próprio ser.
Quando a dificuldade ou o problema te buscarem à porta, não abraces a mentira brilhante da fuga. Esforça-te por recebê-los dignamente, incorporando-lhes as lições à tua economia sentimental e estarás enriquecendo o teu imperecível tesouro de experiências.
Perante a deserção de alguém, não te cristalizes no pranto inativo e preguiçoso. Prossegue no trabalho que o Alto te confiou e estarás engrandecendo a fé, no templo de tuas melhores aspirações.
Se a maldade se aproxima, tecendo comentário aleivoso e cruel, não te entregues à onda escura do verbo desvairado e infeliz. Usa palavras de bondade e entendimento e estarás plantando a virtude, no campo da própria vida.
Se a cólera e a incompreensão te requisitarem o espírito a duelos torpes e inúteis, não caias no nível de sombra em que se expressam. Socorre os interlocutores com silêncio ou com o serviço e estarás cultuando a humildade no domicílio dos próprios ideais.
É preciso recordar o impositivo da caridade conosco, porque o nosso coração é uma taça que ainda trazemos repleta de veneno de nossos impulsos primitivistas, por tigrina recordação de outras eras.
Purifiquemos, auxiliemos, esperemos, sirvamos, toleremos e humilhemos-nos, praticando a renúncia construtiva, na compreensão e na aplicação dos deveres que nos unem ao Evangelho do Cristo e lavaremos o velho cálice de nossas emoções, substituindo os tóxicos da vaidade e do orgulho, da treva e do egoísmo, pela Água Viva do Infinito Bem que passará, então, a jorrar de nossa vida, para benefício de todos.
Caridade com os outros é dar o que retemos.
Caridade conosco é dar de nós.
Psicografia de: Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito: Emmanuel.
Do livro : Escrínio de Luz