“Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele“.
Paulo (I Timóteo, 6,7)
Amigos
”A mente humana, antes do contato com o Cristo, o Divino Libertador, padecia milenárias algemas de servidão. Era o cativeiro da violência em todas as suas modalidades; do grilhão implacável do ódio se convertendo em crimes inenarráveis; da treva da ignorância aprisionando a inteligência nas teias dos vícios.
Cristo veio, porém, e conquistando a libertação espiritual do mundo, a preço de sacrifícios, descerra novos horizontes à humanidade.
Devemos, pois, ao Senhor, a felicidade de nossa gradativa independência, para a imortalidade; entretanto, para atingir a glória divina a que estamos destinados, é preciso saibamos renunciar conscientemente à nossa própria emancipação, sustentando-nos no serviço espontâneo da nossa voluntária rendição ao dever, por amor aos nossos próprios deveres é que realmente alcançaremos a auréola da liberdade vitoriosa”.
Agora um ano termina e outro começa. É hora de reflexão! Amamos o suficiente? Perdoamos incondicionalmente? Fizemos todo o bem que poderíamos e deveríamos ter feito? Se a resposta for sim para essas questões, continuemos porque já estamos no caminho, se ainda escorregamos aqui ou ali, tudo bem, temos a eternidade a nosso favor, porém, os dias dessa eternidade já começaram. Assim, sigamos confiante na conquista da autolibertação.
AUTOLIBERTAÇÃO
Se desejas emancipar a alma das grilhetas escuras do “eu”, começa o teu curso de autolibertação, aprendendo a viver “como possuindo tudo a nada tendo”, “com todos e sem ninguém”.
Se chegaste à Terra na condição de um peregrino necessitado de aconchego e socorro e se sabes; que te retirarás dela sozinho, resigna-te a viver contigo mesmo, servindo a todos, em favor do teu crescimento espiritual para a imortalidade.
Lembra-te de que, por força das leis que governam os destinos, cada criatura está ou estará em solidão, a seu modo, adquirindo a ciência da auto-superação.
Consagra-te ao bem, não só pelo bem de ti mesmo, mas, acima de tudo, por amor ao próprio bem.
Realmente grande é aquele que conhece a própria pequenez, ante a vida infinita.
Não te imponhas, deliberadamente, afugentando a simpatia; não dispensarás o concurso alheio na execução de tua tarefa.
Jamais suponhas que a tua dor seja maior que a do vizinho ou que as situações do teu agrado sejam as que devam agradar aos que te seguem. Aquilo que te encoraja pode espantar a muitos e o material de tua alegria pode ser um veneno para teu irmão.
Sobretudo, combate a tendência ao melindre pessoal com a mesma persistência empregada no serviço de higiene do leito em que repousas. Muita ofensa registrada é peso inútil ao coração.
Guardar o sarcasmo ou o insulto dos outros não será o mesmo que cultivar espinhos alheios em nossa casa?
Desanuvia a mente, cada manhã, e segue para diante, na certeza de que acertaremos as nossas contas com Quem nos emprestou a vida e não com os homens que a malbaratam.
Deixa que a realidade te auxilie a visão e encontrarás a divina felicidade do anjo anônimo, que se confunde na glória do bem comum.
Aprende a ser só, para seres mais livre no desempenho do dever que te une a todos, e, de pensamento voltado para o Amigo Celeste, que esposou o caminho estreito da cruz, não nos esqueçamos da advertência de Paulo, quando nos diz que, com alusão a quaisquer patrimônios de ordem material, “nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”.
Texto extraído do Livro: Fonte Viva
Pelo Espírito: Emmanuel
Psicografia: Francisco Cândido Xavier