“A valorização da vida do corpo não pode prescindir do apoio à cultura da alma, da estima que se viva quanto às realidades do Espírito imortal.”
Benfeitor Camilo
psicografia de Raul Teixeira
AMIGOS DO GRUPO
Vivemos uma época de verdadeiro cultivo ao corpo físico. Intervenções de medicina avançada que garantem a transformação do corpo através de cirurgias milagrosas. Cremes e tratamentos que prometem a beleza eterna, quantidade enorme de academias que asseguram o corpo perfeito, como se a essência da vida estivesse no nosso corpo físico.
Grande engano companheiros. O corpo deve sim ser bem cuidado por nos servir de instrumento evolutivo, mas como nos ensina Pascal no Evangelho – nada desta vida levaremos a não ser o que de bem fizermos.
É isso mesmo meus amigos, a lei da destruição é também direcionada ao nosso corpo, e por hora não poderemos nem pensar em interromper o ciclo natural de envelhecimento deste corpo que habitamos. Faz parte do processo da vida. O que existe de imortal em nosso corpo, somos nós os espíritos criados por Deus para evoluir, moral, espiritual, intelectualmente.
Busquemos a saúde do corpo, mas busquemos primeiro a saúde e a evolução do espírito.
Texto do Evangelho – cap. II – item 8 – Uma Realeza Terrena
Valor Imperecível
O homem vale mais do que o mundo inteiro com as suas jazidas, os seus diamantes e todo tipo de pedras preciosas. No entanto, esquecido de seu próprio valor, o homem consome-se e esgota-se na conquista do que é perecível.
Perde-se na busca frenética de bens cujo valor é discutível, uma vez que só valem diante de convenções estabelecidas pelos caprichos e vaidades do próprio homem.
Acostumou-se a dar elevada importância ao que tem valor muito relativo, ou não tem valor algum. Acaba esquecendo do valor de si próprio, positivo e incalculável.
Ao dinheiro, à prata e ao ouro, bens considerados como preciosos, o homem sacrifica a si mesmo. Vende por moedas a sua paz de consciência e seu bem-estar. Exaure suas melhores energias na corrida incessante e cruel pela posse de tesouros e pela sensação ilusória de poder e glória.
Por isso, equivocadamente, costuma-se julgar perdida a existência que
transcorre na humildade de um lar ignorado, ou na reclusão de um hospital. Porque se acredita que em tais circunstâncias, o homem se vê impedido de buscar aquilo que se supõe valioso. No entanto, é certo que tais vidas podem ser tão fecundas e brilhantes quanto quaisquer outras.
O mundo admira e se deixa levar por meras exterioridades. Ostentação e brilho seduzem os sentidos e enganam, por curto tempo, mentes despreparadas. O verdadeiro valor, porém, está no interior do homem. Está no seu caráter, nos seus sentimentos e na sua inteligência.
Não é a forma que encerra o valor a que nos estamos referindo: é o espírito, é a alma, o “eu” imortal, sede das faculdades e poderes cuja origem é divina.
Desenvolver os próprios talentos é realizar o objetivo supremo da vida.
Aquele que mais e melhor desenvolve seus próprios recursos mais aumenta o seu valor intrínseco.
Arrastados pelas convenções humanas, somos levados a crer que o “ter” é mais importante do que o “ser”. Ter belas casas, ter luxuosos carros, ter um corpo de plástica impecável… Ter poder, ter sucesso, ter reconhecimento…
Eis aí os requisitos que o mundo impõe como necessários à felicidade humana. No entanto, são quimeras incapazes de resistir à ação do tempo e do próprio egoísmo humano. São tesouros sujeitos à ação da ferrugem e das traças.
E, no dizer de Jesus, fica a questão: “De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e perder-se a si mesmo?”
Texto adaptado do Livro – Nas Pegadas do Mestre – Autor: Vinicius